Quando tudo o que eu queria era ouvir suas palavras sobre aquilo, nem uma informaçãozinha floreada pela sua poesia eu tive.
Tudo o que eu tinha era o silêncio e a negação.
Quando eu quis o silêncio, escuro e solitário, das não-palavras de ninguém.
Quando me refugiei dentro de mim mesma.
Quando eu quis nada além do abismo da falta de lembranças.
Eu ouvia ruídos externos, perturbando minha parca existência. E ouvia os gritos sufocados da minha poesia que era só saudade.
Agora, não sei o que quero.
Nem sei se um dia eu soube.
E tudo o que ouço é o som das suas
palavras kunderianas que me parecem eternamente floreadas. Tento desvendar o sentido delas...
E tudo que encontro é o que sempre esteve lá: a indefinição.