29.5.05

Björk

Dois corpos: um só.
Respiração e falta de fôlego.
Suor. Suores.
Bocas. Línguas.
Pernas, pêlos e pele.
Gostos.
Vozes.
Sons.

Som: Björk

Desejo?

Eu queria aprender a ser uma escrota.

Medo

Constatei um medo em mim.
Medo de uma coisa idiota.
Medo de uma coisa de idiota.
Medo de uma coisa de gente medrosa.

Constatei que talvez, eu só perceba que gosto [de fato e realmente] das pessoas, quando as perco. E então, eu [medrosa idiota] constato o tamanho do sentimento que eu tinha em mim.

Mas, isso não é fato ainda.

É medo.

Medo de que isso seja verdade.
Medo de uma verdade idiota.
Medo de uma coisa de idiota.
Medo de ser uma idiota medrosa.

Stela

... é uma romântica pós-moderna.

Noite

"Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã"

Felicidade

Há quanto tempo eu não tinha essa sensação?!

Eu nem me lembro mais...

25.5.05

São Paulo

Por quê eu sempre [sempre!] me lembro de você???

Stela III

Sempre que chove ou faz frio, Stela sempre se recorda de um passado que parece não ter existido. É uma sensação esquisita essa de Stela... Seu corpo tem as memórias à flor da pele, sente tudo ainda muito próximo de si. Como se há um minuto atrás, tivesse acabado de receber um beijo, e o gosto ainda estivesse na sua boca. Sente ainda o calor daqueles braços à sua volta, como se aquele corpo ainda estivesse lá. Sente os resquícios daquele cheiro ainda na sua pele, como se o suor compartilhado daquele ato de amor ainda não tivesse secado.

Stela não se esquece de nada. Carrega ainda em seu ser a lembrança viva daquele amor [inexistente]...

23.5.05

Bruxaria

E com uma poção do (des)amor, tirar você de mim.

Macumba

Vou fazer você sucumbir.

Descarrego

Preciso me livrar dos demônios que carrego em mim.

22.5.05

Moska # 5

Porque é muito bom poder ouvir Paulinho Moska de novo.
Porque depois de [...] 4 meses de distância [foi essa mesmo a duração desse desencontro?] o Moska voltou pra mim.
Porque depois de muitas quase tentativas de tê-lo novamente, o Moska voltou na hora certa.
Voltou sozinho. Sem nenhum apelo sentimental meu. Sem nenhuma súplica minha.
Voltou. Mas, um dia, ele vai embora de novo.

Moska # 4

Porque o Moska é o amor desconhecido...

"Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor seré sempre o desconhecido. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido. Quer ser violado. Quer ser transformado a cada instante."

Moska # 3

Porque o Moska é dor [de amor]...

"Começamos o fim... é assim.
O melhor pra você, o melhor pra mim
Eu não voltaria mesmo...
E você não podia ter ficado aqui
Nunca foi tarde"

Moska # 2

Porque o Moska é nostalgia do amor finito...

"Definitivamente não sou
O homem que vai sorrir depois que você se for
O homem que vai mentir sobre tudo que viveu e morreu no nosso amor"

Moska # 1

Porque o Moska é uma belíssima [e sutil] declaração de amor...

"Pra onde você vai agora?
Por onde irei te procurar...
Se no futuro da minha memória
Você está comigo em todo lugar?"

20.5.05

Simple Present III

Havia algo de perturbador na sua imunidade à tristeza.
Ela não entendia como ele podia não se sentir triste nem de vez em quando.
E ele, queria sempre entender a tristeza que ela trazia em si.
Havia ali uma incompatibilidade transcendente ao amor.
Porque aquela incompatibilidade devia significar algo.

Algo, que por agora, nenhum dos dois compreendiam.

Um pouco de ironia...

Codinome Beija-flor

"Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou"

Ah... tocou sim.

E não, não... A emoção não acabou.

18.5.05

Saída

Não.
Não quero mais.

Quero sair de mim.

16.5.05

[...]

Gosto de música brega.
Gosto de vodca barata.
Gosto de sonho erótico.
Gosto de calcinha branca.
Gosto de aventura inventada.
Gosto de viagem de fim de semana.
Gosto de corpo-sobre-corpo.
Gosto de Carlton vermelho.
Gosto de pinga com mel.
Gosto de cigarro de palha.
Gosto de Alceu Valença.
Gosto de Los Hermanos.
Gosto de "amar como dois animais".
Gosto de "sentimental".
Gosto de olfatos.
Gosto de conversas.
Gosto de saudade.

Gosto.
Gosto acre-doce.
Gosto.

11.5.05

Sobre o bom senso

Por que em tempos de perturbação,
almejo exclusiva e ansiosamente a tranquilidade.

E em épocas de tranquilidade,
fica tudo suspenso, e a perturbação é meu desejo.

E o bom senso,
esse,
desconheço.

Sobre a tranquilidade

Por vezes, a desejo.
Mas, é fato: sempre me canso.

Sobre a perturbação

Por que eu jamais a invento.
Mas, é fato que ela tem meu consentimento.

Esquecimento

Quero seu cheiro, pra me livrar do meu.
Quero seu afago, pra esquecer meus atos.
Quero suas palavras, pra ensurdecer as minhas.

Quero seu corpo, pra não ser mais o meu.
Quero viver você, pra sair de mim.

O cansaço do éter

[...] Cansado até do seu quarto onde não mais cabia sua solidão incompartilhável: porque lá agora habitava uma mulher de quem ele nem se lembrava mais. Talvez tivesse surgido de seu imaginário fértil ou dos seus atos inconseqüentes. Ou quem sabe fosse uma projeção temporária de alguém para lhe aliviar a dor ou culpa. Podia ser só alguém que o vento lá deixou, e que mais cedo ou mais tarde, levaria de volta. Talvez aquela mulher fosse o reflexo de uma realidade indesejada. Ou só mais um teste para se redescobrir inexistente. Mas, nada disso importava. Sentiu que até daquela mulher ele já estava cansado. [...]

9.5.05

Falta

Me falta o ar
Me falta a consistência dessas linhas verdes
Me falta a tua falta de mim
Me falta o inteligível
Me falta a reciprocidade
Me falta a paz e a tranqüilidade
Me falta o gozo
Me falta o ânimo
Me falta você e
Me falta eu.
Me falta o diálogo e a comunicação
Me falta a noite e o boa noite
Me falta a fala
Me falta os sentidos
Me falta o indizível
Me falta a falta
Me falta.
Me falto.
Falta.

*esse aqui é antigo... e eu, tava relembrando coisas. e a minha falta das coisas.*

Redefinição

Não.
Isso não é loucura.
É idiotice.

7.5.05

Stela II

Stela viveu a lembrança daquele reencontro
com a leveza que lhe cabia.
Relembrou palavras ditas, sorrisos provocados,
olhares distantes e olhares trocados,
o silêncio mútuo e o toque desajeitado.
E sorriu ao se recordar da despedida
desconcertante ao portão:
mão, boca, nariz e corpo (con)fundidos num só.

Stela I

Stela reviveu aquela lembrança quase antiga
com a nostalgia de sempre.
E aquele reencontro não poderia ter sido diferente:
as lágrimas só eram permitidas se acompanhadas de sorrisos
e provocadas por belas palavras kunderianas e ainda saudosas.

3.5.05

Simple Present II

E depois de todos aqueles encontros posteriores,
ela começou a acreditar que seu coração pulsaria novamente.
E que uma ponta de esperança surgira ao sentir, de novo,
a tranquilidade (e leveza) que perpassa uma paixonite qualquer.
E se sentiu como uma adolescente escrevendo poemas e suspirando
ao pensar nos beijos que acabara de receber.


E resta a pergunta...
Quem terá o coração partido?!

Miragem

E com uma voadora na jugular,
ela derrubou aquele corpo patético no chão.
Viu seus óculos se espatifarem
em pedaços mil.

E por um minuto, viu todos os seus demônios exorcizados.
E pesadelos agora,
Nem sonhado acordada.

2.5.05

Constatação

É, Edu...
As pessoas são loucas.
E a gente não escapa disso.

1.5.05

Dor fingida

Porque, agora,
eu vou fingir a minha dor.

Vou pintar a minha angústia
de bolinhas verdes.
E minha insegurança
de rosa choque.

Vou comprar fitas amarelas
pro meu medo.
E pro desespero,
lantejoulas.

Um gliter cairia bem
na minha falta.
E uma máscara (de palhaço)
no meu ciúme.

Porque, agora,
eu vou fingir a minha dor.
E vou chamá-la
de amor...